A vida de todo indivíduo é dirigida por algo.
- 22/10/2025
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📖 DIA 3 – O que dirige sua vida?
“Percebi que o que faz os homens correrem atrás do sucesso é a inveja!”
(Eclesiastes 4.4, BV)
“O homem sem propósitos é como um barco sem leme — um vira-lata, um nada, um ninguém.”
Thomas Carlyle
A vida de todo indivíduo é dirigida por algo.
A maioria dos dicionários define o verbo “dirigir” como “guiar, controlar, direcionar”. Se você está dirigindo um carro, batendo um prego ou chutando uma bola, estará naquele momento guiando, controlando e direcionando.
Que força motriz dirige sua vida?
Neste exato momento, é possível que um problema, uma urgência ou o fim de um prazo determinado estejam dirigindo você. É possível que uma lembrança dolorosa, um temor ou uma crença inconsciente também o estejam dirigindo. Centenas de circunstâncias, valores e emoções podem dirigir sua vida. Eis aqui cinco dos mais comuns:
Muitos são dirigidos pela culpa.
Algumas pessoas passam a vida inteira fugindo do remorso e ocultando a vergonha. Dirigidas pela culpa, são manipuladas pelas lembranças.
Permitem que o passado controle o futuro e frequentemente punem a si mesmas, sabotando o próprio sucesso.
Quando Caim pecou, sua culpa afastou-o da presença de Deus, que disse:
“Você será um fugitivo errante pelo mundo” (Gênesis 4.12b, NVI).
Esse quadro descreve a maioria das pessoas hoje em dia: andar pela vida, sem propósito.
Somos produto de nosso passado, mas não precisamos ser prisioneiros dele.
O propósito de Deus não é restringido por nosso passado.
Ele tornou um assassino chamado Moisés num líder, e um covarde chamado Gideão num corajoso herói.
E também pode fazer coisas maravilhosas com o restante de sua vida.
Deus é especialista em dar às pessoas um novo começo.
A Bíblia diz:
“Como é feliz o homem que tem suas desobediências perdoadas e seus pecados cobertos!” (Salmos 32.1, BV).
Muitos são dirigidos pelo ressentimento e pela raiva.
Algumas pessoas apegam-se a mágoas, sem jamais superá-las.
Em vez de aliviar a dor por meio do perdão, revivem-na continuamente em pensamento.
Quando dirigidas pelo ressentimento, “calam-se” e interiorizam a raiva, enquanto outras “se irritam” e agridem outros.
Ambas as reações são nocivas e inúteis.
O ressentimento sempre machuca mais o ofendido que a pessoa que o ofendeu.
Enquanto o ofensor provavelmente já esqueceu o insulto e seguiu em frente, você continua angustiado em sua dor, perpetuando o que aconteceu.
Ouça: aqueles que o magoaram no passado não poderão continuar a feri-lo, a menos que você se agarre à dor por meio do ressentimento.
O que passou, passou! Nada pode mudar o passado.
Você apenas se machuca com a amargura.
Para seu próprio bem, aprenda com o passado e o mande para bem longe.
A Bíblia diz:
“Ficar desgostoso e amargurado é loucura, é falta de juízo, que leva à morte.”(Jó 5.2, NTLH)
Muitos são dirigidos pelo medo.
Seus temores provavelmente resultam de experiências traumáticas e de expectativas fantasiosas, do crescimento num lar extremamente severo ou mesmo de predisposição genética.
Independentemente do que tenha causado tal situação, pessoas dirigidas pelo medo com frequência perdem grandes oportunidades por terem medo de correr riscos.
Em vez disso, comportam-se de maneira cautelosa, evitando arriscar-se e tentando manter o status quo.
O medo é o encarceramento voluntário, que o impedirá de se tornar o que Deus pretende que você seja.
Você deve agir contra isso, com as armas da fé e do amor.
A Bíblia diz:
“No amor, não há espaço para o medo. O amor amadurecido expulsa o medo. Considerando que o medo causa uma vida vacilante e cheia de temores — medo da morte, medo do julgamento —, podemos dizer que quem tem medo não está completamente aperfeiçoado no amor.”
(1 João 4.18, AM)
Muitos são dirigidos pelo materialismo.
O desejo de adquirir é o único objetivo na vida de algumas pessoas.
O impulso de sempre querer mais se baseia na concepção equivocada de que possuir mais me tornará mais feliz, mais importante e mais protegido.
Contudo, são três expectativas falsas.
Os bens materiais trazem felicidade apenas temporária.
A situação de constante tranquilidade acaba gerando o tédio, e então passamos a desejar novidades, coisas maiores e melhores.
Também é um mito a concepção de que, quanto mais bens adquirir, mais importante serei.
Autoestima e riquezas materiais não são sinônimos.
Nosso valor não é determinado por nossas posses, e Deus deixa claro que as coisas mais valiosas da vida não são os bens materiais!
O mito mais comum a respeito do dinheiro é o de que, quanto mais dinheiro se tem, mais protegido se está.
Isso não é verdade.
Riquezas podem ser perdidas num piscar de olhos, por uma quantidade considerável de fatores que fogem do nosso controle.
A verdadeira segurança só pode ser encontrada naquilo que jamais poderá ser tomado de você, seu relacionamento com Deus.
Muitos são dirigidos pela necessidade de aprovação.
Algumas pessoas permitem que expectativas alheias — de pais, cônjuge, filhos, professores ou amigos — controlem sua vida.
Muitos adultos ainda tentam ganhar a aprovação de pais que nunca estão satisfeitos.
Outros são dirigidos pela pressão social do grupo a que pertencem, sempre preocupados com o que os outros podem pensar.
Infelizmente, os que seguem a multidão quase sempre acabam perdidos nela.
Não conheço todas as chaves do sucesso, mas uma chave para o fracasso é tentar satisfazer a todos.
Ser controlado pela opinião dos outros é uma forma segura de jamais atingir os propósitos de Deus para sua vida.
Jesus disse:
“Ninguém pode servir a dois senhores.” (Mateus 6.24, NVI)
Outras influências ainda podem dirigir sua vida, mas todas levam ao mesmo impasse: potencial não aproveitado, estresse desnecessário e uma vida não realizada.
As vantagens de uma vida dirigida por propósitos
Há cinco grandes vantagens em se viver uma vida com propósitos:
Conhecer o propósito de sua vida faz com que ela tenha sentido.
Fomos feitos para alcançar algum significado na vida, por isso tantas pessoas recorrem a métodos questionáveis, como a astrologia e a psicologia, para descobri-lo.
Quando a vida faz sentido, você pode suportar quase tudo; do contrário, ela se tornará insuportável.
Um jovem na casa dos 20 anos escreveu: “Sinto-me um fracassado, pois luto para me tornar algo que nem ao menos sei o quê. Tudo que sei fazer é sobreviver. Se um dia eu descobrir meu propósito, aí, sim, começarei a viver”.
Sem Deus, a vida não tem propósito; sem um propósito, a vida não faz sentido.
Sem um sentido, a vida não tem relevância nem esperança.
Na Bíblia, diversas pessoas expressaram sua falta de esperança.
Isaías queixou-se:
“Tenho-me afadigado sem qualquer propósito; tenho gastado minha força em vão e para nada.” (Isaías 49.4a, NVI)
Jó disse:
“Meus dias são vazios e sem esperança.” (Jó 7.6, BV)
e também:
“Detesto a vida; não quero mais viver. Deixa-me em paz, pois a minha vida não vale nada.” (Jó 7.16, NTLH)
A maior de todas as tragédias não é a morte, mas a falta de propósitos na vida.
A esperança é tão essencial para a vida quanto o ar e a água.
É preciso esperança para lutar.
O Dr. Bernie Siegel descobriu que podia prever qual dos pacientes com câncer apresentaria melhoras, ao perguntar:
“Você quer viver até os cem anos de idade?”
Os que tinham profunda noção de propósito de vida respondiam que sim, e eram aqueles com maiores probabilidades de sobrevivência.
A esperança é o resultado de se ter um propósito.
Conhecer seu propósito simplifica a vida.
Ele define o que você faz e o que não faz.
O propósito é o padrão pelo qual você avalia suas ações, para saber as que são essenciais e as que não são.
Basta perguntar: “Essa ação me ajudará a cumprir o propósito de Deus para minha vida?”
Sem um propósito claro, ficamos sem alicerce para fundamentar as decisões, dividir o tempo e empregar os recursos.
A tendência será tomar decisões com base nas circunstâncias, nas pressões do momento ou nas variações de humor.
Quem não conhece seu propósito exagera nas atividades, e isso causa estresse, fadiga e conflitos.
É impossível fazer tudo que as pessoas querem que você faça.
Seu tempo é suficiente apenas para fazer a vontade de Deus.
Se não consegue realizá-la por completo, significa que está tentando fazer mais do que Deus pretendia que fizesse (ou possivelmente está assistindo muito a programas de televisão).
Uma vida dirigida por propósito conduz-nos a um estilo de vida mais simples e a uma agenda mais saudável.
A Bíblia diz:
“A vida presunçosa e cheia de pompa é uma vida vazia, mas a vida simples e sincera é uma vida plena.” (Provérbios 13.7, AM)
Isso também leva à paz de espírito:
“Tu, ó Senhor, dás paz e prosperidade às pessoas que têm uma fé firme, às pessoas que confiam em ti.” (Isaías 26.3, NTLH)
Conhecer seu propósito ajuda a estabelecer prioridades.
Isso faz com que esforços e energias se concentrem no que é importante.
Você se torna eficiente ao ser seletivo.
Faz parte da natureza humana distrair-se com assuntos de menor importância.
Fazemos de nossa vida um jogo.
Henry David Thoreau observou que as pessoas vivem num “desespero silencioso”, mas hoje uma melhor descrição seria “distração sem objetivos”.
Muitas pessoas são como giroscópios, rodopiando num ritmo frenético sem jamais chegar a lugar nenhum.
Sem um propósito definido, você ficará mudando de rumo, de emprego, de relacionamentos e de igreja, na esperança de que cada mudança seja definitiva ou preencha o vazio em seu coração.
Você pensa: “Talvez seja diferente desta vez”, mas isso não resolve o verdadeiro problema, que é a falta de foco e de propósito.
A Bíblia diz:
“Não se descuidem. Tentem entender o que o Senhor quer de vocês”. (Efésios 5.17, AM)
Não há nada tão poderoso quanto uma vida direcionada, isto é, vivida com um propósito.
Os homens e as mulheres que mais influenciaram a história estavam concentrados numa direção.
O apóstolo Paulo, por exemplo, difundiu o cristianismo no Império Romano praticamente sozinho.
Seu segredo era uma vida direcionada.
Ele disse:
“Estou concentrando minhas energias unicamente nisto: esquecer o que já passou e avançar para o que está à minha frente.” (Filipenses 3.13, NLT)
Paulo disse:
“Assim, os interessados em tudo que Deus tem para nós devem se manter focados no alvo.” (Filipenses 3.15, AM)
Conhecer seu propósito traz motivação.
O propósito sempre produz entusiasmo.
Nada mais estimulante que um propósito claro.
No entanto, a paixão se esvai quando falta propósito.
Até mesmo levantar-se da cama se torna um fardo.
Normalmente, é o trabalho sem sentido que nos esgota, consome nossa força e nos rouba o prazer; não o excesso de trabalho.
George Bernard Shaw escreveu:
“Esta é a verdadeira alegria da vida: ser usado para um propósito reconhecido por você mesmo como grandioso. Ser uma força da natureza, em vez de um amontoado inconstante e egoísta de ressentimentos e lamentações, sempre reclamando que o mundo não se esforça para torná-lo feliz.”
Conhecer seu propósito irá prepará-lo para a eternidade.
Muita gente passa a vida tentando criar um legado.
Tais pessoas querem ser lembradas depois que partirem.
Entretanto, o que em última análise mais importa não é o que os outros dizem sobre sua vida, mas o que Deus diz.
O que as pessoas não percebem é que todas as realizações acabam sendo superadas, recordes são quebrados, reputações não subsistem e homenagens são esquecidas.
Na faculdade, a meta de James Dobson era ser o campeão de tênis da instituição.
Ele se sentiu orgulhoso quando viu sua taça exposta num local de destaque na sala de troféus da faculdade.
Anos mais tarde, alguém lhe enviou o troféu pelo correio.
Eles o haviam achado numa lata de lixo durante uma reforma na escola.
James disse:
“Um dia, todos os seus troféus serão jogados no lixo por alguém!”
Viver para criar um legado é um objetivo sem perspectiva.
Uma utilização mais sábia do tempo é construir um legado eterno.
Você não foi posto neste mundo para ser lembrado.
Você foi colocado aqui a fim de se preparar para a eternidade.
Chegará o dia em que você estará diante de Deus, e ele fará uma auditoria em sua vida — um exame final, antes que você ingresse na eternidade.
A Bíblia diz:
“Lembrem-se: cada um de nós comparecerá diante do tribunal de Deus [...]. Sim, cada um de nós terá de prestar contas de si mesmo a Deus.”
(Romanos 14.10b,12, NLT)Felizmente, Deus quer que passemos no teste, por isso nos deu as perguntas antecipadamente.
Pela Bíblia, entendemos que Deus nos fará duas perguntas fundamentais:
Primeira: “O que você fez com meu Filho, Jesus Cristo?”
Deus não irá perguntar sobre sua formação religiosa ou visão doutrinária.
O único ponto importante será:
“Você aceitou o que Jesus fez por você, aprendeu a amá-lo e a confiar nele?”
Jesus disse:
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.” (João 14.6, NVI)
Segunda: “O que você fez com o que eu lhe dei?”
Isto é, o que você fez com sua vida — dádivas, talentos, oportunidades, energia, relacionamentos e recursos —, enfim tudo o que Deus deu a você?
Gastou-os com você mesmo ou fez uso deles para os propósitos que Deus tinha para você?
Prepará-lo para essas duas perguntas é o objetivo deste livro.
A primeira irá determinar onde você passará a eternidade.
A segunda determinará o que você fará na eternidade.
Ao terminar este livro, você estará pronto para responder a essas duas perguntas.
💭 DIA 3 – Pensando sobre meu propósito de vida
Tema para reflexão:
Viver com um propósito é o caminho para a paz.
Versículo para memorizar:
“Tu, ó Senhor, dás paz e prosperidade às pessoas que têm uma fé firme, às pessoas que confiam em ti.”
(Isaías 26.3, NTLH)
Pergunta para meditar:
Na opinião de minha família e de meus amigos, o que dirige a minha vida?
E qual eu desejo que seja?
Fonte: Warren, Rick
Para que estou na terra: uma vida com propósitos (edição expandida) / Rick Warren; tradução: James Monteiro e Juliana Kummell. — 1. ed. — São Paulo: Editora Vida, 2013.
Título original: The Purpose Driven Life: What on Earth Am I Here for?
ISBN 978-85-383-0275-9
1.Vida cristã I. Título. Índices para catálogo sistemático:
1. Vida cristã: Cristianismo — 248.4 CDD: 248.4 1340693
Por Alexsandra H. Souza
Rádio Alexia K